Um emaranhado de arames. |
26.6.11
2.6.11
La intimidad de la luz
Em La intimidad de la luz em St. Ives, de Victor Grippo, a obra é à mercê do tempo, pois é justamente a passagem das horas e seus efeitos sob a fresta da janela que nos faz ver que os dias não são simplesmente condição de passagem entre os momentos de uma vida sem novidades. É a arte como despertar da curiosidade, do sonho e da ilusão. (Como fechar os olhos e sentir as gotas de chuva que você ouve cair ao chão, mas que não caem, também porque a chuva que imagina não existe naquele instante).
Cosmococa das contradições.
Talvez a proposta fosse uma viagem ao tempo. É ambíguo ser transportado a uma época sobre a qual você não teve a vivência, sendo então privilégio experimentar os mesmo delírios e contradições vivenciados pelo artista, num ‘confronto efetivo de linguagens’.Mas há uma aparente incoerência: nos ambientes, apesar da incontestável sensação transmitida de felicidade: na psicina, enquanto o observador diverte-se dentro da obra, as projeções na parede são de objetos pontiagudos, repugnantes. As ideias originais da sala de redes para descanço refletem luzes nauseantes, com
propagação de sons ensurdecedores.
A felicidade é permitida, mas não é completa. Mas a própria existência da Cosmococa gera uma dúvida: como se pode literalmente mergulhar na Arte enquanto em tantas outras galerias ao menos se pode tocá-la? Quais mecanismos curatoriais estão envolvidos? Inhotim é feita de artes públicas num espaço privado?
The Murder of Crows - início do deslumbramento
Sente-se no chão, a ouvir o que a voz sussurrante tenta dizer em meio ao voo dos corvos. Os sons se espalham pela sala, a concentração objetiva decifrar as mensagens contidas pelas caixas de som. Ao andar pelo local, a mesma mensagem não se decifra, paira pelo ar.
Inhotim: Um milagre como esses,como pode acontecer tão longe?
Ao escrever sobre tal acervo deve-se ter a cautela de um observador aprendiz, o qual esteve atento com a difícil de missão de realizar uma visão crítica sobre tudo, mas sem perder a capacidade de se surpreender com a Arte Contemporânea.No acervo a que fomos expostos, o desafio era abdicar da visão, aguçando seu caráter ilusório.
Não,não há vidro nenhum. |
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